Caroline Reis Rech e Mariana Araújo se tornaram rés por tortura, maus-tratos e exposição da saúde a perigo contra crianças que estudaram na creche “Cantinho da Tia Carol” em Naviraí – cidade a 342 quilômetros de Campo Grande. Segundo o Ministério Público de Mato Grosso do Sul, os crimes foram cometidos de janeiro a julho deste ano.

As duas estão presas – Caroline desde o dia 11 de julho e Mariana desde quinta-feira (27), após ter a prisão por omissão decretada – e agora vão responder pelos crimes diante da 1ª Vara Criminal. Na denúncia, a promotora Leticia Rossana Pereira Ferreira Berto de Almada listou quantas crianças foram vítimas das duas mulheres:
- Tortura, praticada contra 13 crianças
- Maus-tratos, praticada contra 7 crianças
- Exposição da saúde a perigo, praticado contra 14 crianças
O caso veio à tona em 11 de julho, quando a DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher), após receber as primeiras denúncias contra as duas mulheres, instalou câmeras escondidas na creche e flagrou Carol agredir uma bebê de apenas 11 meses.
A partir daí, as investigações revelaram agressões e humilhações contra as crianças que passavam o dia no “Cantinho da Tia Carol”.
Em um dos casos, ela teria esfregado a calcinha suja de fezes no rosto de uma criança autista, de 6 anos, como punição. Outro relato aponta que uma criança de três anos teria vomitado durante uma refeição e a proprietária fez o mesmo com ela.
Há ainda relatos de crianças que faziam xixi na roupa e eram colocadas em situação vexatória: Carol obrigava as outras crianças a fazerem roda, bater palmas e os chamarem os coleguinhas de ‘mijões’. Além disso ameaçava de cortar o órgão genital das crianças caso voltassem a fazer xixi no colchão.
Nos depoimentos, ex-funcionárias contaram a polícia que a dona da creche negava dar comida aos alunos, gritava com eles e os deixava de castigo com frequência.