O golpe envolve fraudes no MED (Mecanismo Especial de Devolução), criado pelo Banco Central para facilitar devoluções de transferências via Pix

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) emitiu um comunicado importante sobre o “golpe do Pix errado”. Este é um tipo de golpe que tem se tornado comum, onde criminosos utilizam técnicas de engenharia social para enganar suas vítimas.
O golpe envolve fraudes no MED (Mecanismo Especial de Devolução), criado pelo Banco Central para facilitar devoluções de transferências via Pix.
O golpe funciona de maneira simples, mas eficaz: o bandido consegue o número do celular da vítima, cadastrado como chave Pix, e realiza uma transferência. Logo após, ele faz contato com a vítima, alegando que efetuou o Pix para o destinatário errado e pedindo a devolução do valor.
A vítima, querendo ajudar, acaba devolvendo o valor, mas para uma conta diferente da original.
Quando a vítima devolve o dinheiro para uma conta que não é a original, o criminoso aciona o MED e os bancos envolvidos analisam a transação.
Como o dinheiro foi devolvido para uma terceira conta, diferente da original, as instituições financeiras identificam a transação como suspeita de golpe.
Assim, os bancos podem retirar o valor da conta da vítima enganada. O bandido, desse modo, além de receber o dinheiro devolvido espontaneamente, também obtém o valor estornado pelo MED.
De acordo com a Febraban, é fundamental que os clientes sempre devolvam o valor para a conta original da transferência. José Gomes, diretor do Comitê de Prevenção a Fraudes da Febraban, reforça: “Nunca, em hipótese alguma, faça um estorno para uma terceira conta”. Para realizar a devolução correta:
Entre no aplicativo do seu banco
Acesse as funcionalidades do Pix.
Selecione a opção de devolução da transação recebida.
Essa opção enviará automaticamente o valor para a conta de origem.
Em junho de 2023, a Febraban propôs aprimoramentos no MED, denominado MED 2.0, com desenvolvimento ao lo8ngo do segundo semestre e implementação prevista para o fim de 2025.
O objetivo é aumentar a segurança das devoluções de Pix e mitigar as fraudes.
1.Monitoramento mais rigoroso das transações.
2.Bloqueio de valores em múltiplas contas receptoras.
3.Melhora nos mecanismos de análise e detecção de fraudes.
Segundo dados do Banco Central, em 2023 foram solicitadas 2.560.002 devoluções através do MED devido a fraudes. Destas, 1.752.654 (68%) foram rejeitadas e 807.348 (32%) aceitas.
Entre as solicitações aceitas, 517.701 tiveram os recursos parcialmente devolvidos e 289.647 foram integralmente devolvidos.
Em termos de valores, foram solicitados R$ 4,359 milhões, sendo devolvidos apenas R$ 396,067 mil — pouco mais de 9% do total.
Um dos desafios é que atualmente, a notificação de infração no MED permite o bloqueio de valores apenas na primeira conta recebedora.
Criminosos, ao receberem o dinheiro, transferem-no rapidamente para outras contas, dificultando o rastreamento.
O MED 2.0 busca solucionar esse problema, melhorando a segurança das transações.
Fique atento, siga as recomendações da Febraban e ajude a combater fraudes no sistema financeiro.
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